segunda-feira, 24 de março de 2008

E tenho dito!

Um pouco de egoísmo às vezes não faz mal a ninguém mas, em alguns departamentos, ele pode causar um estrago devastador. Nem sempre os encontros entre duas pessoas perduram por muito tempo, mas essa questão de tempo é realmente bem relativa. O que dura pouco para uns pode durar um pouco mais para os outros. É bem verdade que ninguém é vidente. Não existe modo de avaliar qual o nosso peso nas vidas das pessoas, mas há que se tentar. Não por obrigação ou compromisso de fé, mas por carinho, cuidado e amizade. Supondo-se é claro que existam estes sentimentos entre as partes já que é como dizem por aí: “Ninguém nesse mundo fica com inimigo”. Pois bem, se é pra ser amigo sejamos então, mas sejamos de fato. Amigo não é aquele que te dá um beijo hoje, leva pra cama amanhã e manda pro raio que te parta depois de amanhã. Amigo, se o é de verdade, te beija hoje, leva pra cama amanhã e te liga no outro dia pra saber se você está bem. É aquele que nunca mais vai querer dormir com você, mas fará sempre o possível para que você se sinta a pessoa mais amada do mundo por que não é só de cama que vive o amor. Quem realmente cultiva pela gente o mínimo de afeto não renuncia da própria vida ou das vontades por nós, mas faz de tudo para que a realização dos desejos não nos machuque. Pra mim, pelo menos, fata de compromisso não implica em falta de cuidado, aquela pequena coisa que a gente tem até por quem a acaba de conhecer. Falando assim, pode até paracer muito complicado. Como evitar que a vida siga seu rumo sem magoar os outros? Isso seria mais ou menos como querer que um galho caia dentro de um rio bata nas pedras e não se quebre. O que fazer então? É assim: Não jogue o galho na água! Não faça o que não é necessário. Nem sempre a gente pode evitar o sofrimento dos outros, mas a gente tem sempre a opção de não provocar deliberadamente esse sofrimento. Nem precisa tanto esforço assim. Basta pensar que as pessoas são diferentes, pensam diferente e sentem diferente. O que para uns pode ser uma bobagem que não abala nem um fio de cabelo para outro pode ser a gota d’água. Ninguém deve deixar de ser feliz para poupar os outros, mas ninguém também tem o direito e usar essa felicidade para machucar. É desnecessário, pobre, baixo e digno de quem nunca conheceu a nobreza, digno de quem, na verdade, nunca conheceu nenhum desses sentimentos...nem amor, nem felicidade, nem amizade. Quem ama ou já amou alguém, é feliz e tem amigos quer mesmo é propagar isso. E não tem nada melhor nesse mundo que encontrar pessoas assim. Elas são especiais, iluminadas e conseguem fazer uma pessoa melhor só pela simples existência. Por outro lado, não há nada pior que descobrir que entre as pessoas que nos cercam existem algumas que não se importam conosco, principalmente se, em algum momento, a gente confiou nessa pessoa e a entregou aquilo que se achava mais precioso. É difícil explicar o que se sente. Acho que começa com a raiva, passa pela decepção até alcançar a dor. Mas acho que a maior sensação é mesmo o arrependimento. A gente se sente a pessoa mais idiota do mundo, sente até vergonha pelo tanto de confiança desperdiçada. E é aí onde está a maior crueldade disso tudo. Ninguém nesse mundo tem o direito de fazer a gente pensar que está errado em confiar nos outros. Não há definitivamente nada de vergonhoso em confiar isso é, pelo contrário, de uma nobreza ímpar. Vergonhoso e odioso mesmo é alguém se achar no direito de trair essa confiança e usá-la para nos ferir.

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